Quero sexo na escada e alguns hematomas. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele. Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.

Eu nunca tive sorte pro amor, mas eu sempre insisti em encontrar minha alma gêmea. Eu sempre quebrei a cara e tentei mais uma vez. Eu sempre me forcei a acreditar que um dia eu encontraria a pessoa certa pra mim. Eu me obriguei a acreditarque nesse conto de fadas chamado vida real iria aparecer o príncipe encantado pra mim. Mas chega uma hora que não dá mais, sabe? Eu simplesmente cansei de tentativas em vão. E por mais que cada decepção me fizera mais forte, eu decidi que não quero mais. O amor não é pra mim, nunca foi. A partir de agora, se ele quiser, ele que me encontre.