sábado, 12 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
“Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi, guria? Ele gostava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo.”
— Caio Fernando Abreu
“Desculpa, ele sussurrava para si mesmo, não lembrava mais o significado daquela palavra, mas pelo visto era a sua preferida. Agarrava-se a ela como se fosse parte dele, como se fosse a única coisa que não fosse embora. Mal percebia que estava pedindo desculpas a si mesmo, com medo de ficar sozinho.”
“Você vai chegar e automaticamente minha agenda de milhares de regras e horários e controles vai desaparecer. E eu vou ficar apavorada porque só o que eu tenho é o contorno mentiroso que eu dou para os meus dias. E você, porque me abraça e me dá outro desenho, é o vilão da minha vida programada. Você é o tufão de oxigênio que invade meu nariz mas, porque estou com tanto medo, mais parece falta de ar. Agora é menos de menos de uma hora. Preciso terminar esse texto. Mas eu tenho medo, sobretudo, de terminar esse texto. Sobre o que eu vou escrever se você for melhor do que esperar por você?”
— Tati Bernardi.
“Ela não vai voltar para você. Ela não vai abrir a porta sorrindo pedindo desculpa por ter ficado 2 anos longe de você. Ela não vai te ligar só para saber como você está. Talvez ela nem esteja sentindo sua falta. Talvez ela até tenha achado outro alguém, quem sabe até melhor que você, que a faça mais feliz. Acorda. Para de ficar remoendo vocês dois. Para de fingir que tá tudo bem, porque não tá. Começa a sentir. Sente a dor da ausência dela, sente essa solidão que vem te preenchendo. Tenha uma overdose dela. Pense nela por um dia inteiro, reveja fotos antigas, sinta o cheiro dela, apenas não esqueça que amanhã vai ser outro dia sem ela e que se não te matou hoje, então não irá te matar no próximo dia.”
— Pedro Cabral
“4:57. Provavelmente já era minha terceira garrafa de whisky e o sono parecia não vir. Ficava encarando o teto, sentindo a brisa gelada que vinha da janela do meu apartamento. De alguma maneira aquela manhã cinzenta me lembrava você, e tudo o que eu mais queria fazer era ligar para você e foram necessário mais de dois litros de álcool para isso. Admito, demorei para achar seu número em meu celular, minha visão estava turva e não conseguia raciocinar corretamente. Meu estômago parecia se contorcer cada vez mais à media que ouvia o som da chamada.
- “Alô?”, você disse com a voz num tom cansado e um pouco rouco.
- “Você têm alguma ideia de que horas são?”. Eu não sabia o que responder, tudo o que me venho a cabeça foi uma única pergunta:
- “Por que ele?”. Passaram-se dois minutos e aquele teu silêncio me atormentava.
- “Que tipo de pergunta é essa? E por que você me ligou esse horário? Aposto que andou bebendo de novo… odeio quando faz isso.” Não conseguia processar o que ela falava, só queria saber a resposta daquela maldita pergunta.
- “Só me diz, por favor, por que ele?”. Nunca fui tão masoquista quanto naquele momento, senti minhas mãos frias e o gosto amargo da bebida impregnado em minha boca o que só fazia piorar a situação.
- “Por que ele? Primeiro, ele não me liga às 5 da manhã bêbado perguntando sobre coisas desconfortáveis. Ele também não chega atrasado quando marcamos de nos encontrar, ele segura minha mão quando assistimos filmes, ele não reclama das minhas manias, não desconta fracassos, perdas ou estresses em cima de mim. Ele me faz cafuné quando sentamos no sofá, me liga só para ouvir minha voz e eu gosto do jeito que ele olha para mim e logo depois sorri. Gosto dele porque ele é o oposto de você. Era isso que você queria ouvir?”
Foi como se o chão não mais existisse e aquelas palavras tivessem me sufocado de uma maneira inexplicavelmente desesperadora. Ele é o oposto de você. Eu fui a pior coisa que já aconteceu na vida dela e tudo o que consegui pensar foi “desculpa”, mas eu sabia que aquilo não mudaria em nada.
- “Ainda tá aí?”, tive vontade de falar que naquele momento eu estava morto. Havia me entorpecido por completo. Não sentia mais o gosto da bebida, a brisa vinda da janela, nada. Fiquei alguns minutos em silêncio e observei o sol nascendo, clareando aquela manhã cinzenta. - - “O sol já nasceu… significa que você não precisa mais se preocupar com as noites de chuva, assim como eu, elas não mais existiram.”
- “Alô?”, você disse com a voz num tom cansado e um pouco rouco.
- “Você têm alguma ideia de que horas são?”. Eu não sabia o que responder, tudo o que me venho a cabeça foi uma única pergunta:
- “Por que ele?”. Passaram-se dois minutos e aquele teu silêncio me atormentava.
- “Que tipo de pergunta é essa? E por que você me ligou esse horário? Aposto que andou bebendo de novo… odeio quando faz isso.” Não conseguia processar o que ela falava, só queria saber a resposta daquela maldita pergunta.
- “Só me diz, por favor, por que ele?”. Nunca fui tão masoquista quanto naquele momento, senti minhas mãos frias e o gosto amargo da bebida impregnado em minha boca o que só fazia piorar a situação.
- “Por que ele? Primeiro, ele não me liga às 5 da manhã bêbado perguntando sobre coisas desconfortáveis. Ele também não chega atrasado quando marcamos de nos encontrar, ele segura minha mão quando assistimos filmes, ele não reclama das minhas manias, não desconta fracassos, perdas ou estresses em cima de mim. Ele me faz cafuné quando sentamos no sofá, me liga só para ouvir minha voz e eu gosto do jeito que ele olha para mim e logo depois sorri. Gosto dele porque ele é o oposto de você. Era isso que você queria ouvir?”
Foi como se o chão não mais existisse e aquelas palavras tivessem me sufocado de uma maneira inexplicavelmente desesperadora. Ele é o oposto de você. Eu fui a pior coisa que já aconteceu na vida dela e tudo o que consegui pensar foi “desculpa”, mas eu sabia que aquilo não mudaria em nada.
- “Ainda tá aí?”, tive vontade de falar que naquele momento eu estava morto. Havia me entorpecido por completo. Não sentia mais o gosto da bebida, a brisa vinda da janela, nada. Fiquei alguns minutos em silêncio e observei o sol nascendo, clareando aquela manhã cinzenta. - - “O sol já nasceu… significa que você não precisa mais se preocupar com as noites de chuva, assim como eu, elas não mais existiram.”
— Pedro Cabral
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Ela abriu os olhos, o teto branco confirmava que agora estava acordada. Ultimamente ela não diferenciava muito a realidade da imaginação. Assim, ela se levantou enxugando os olhos, lavou seu rosto como todo dia. Seu ritual era esse, e logo voltou para a cama. Pensou nas possibilidades, ela pensava que se ganhasse dinheiro para cada pensamento perdido, seria uma bilionária. Entre tantos pensamentos, pensou nele. Não confudam, pois o ele não é mais o ele, agora existiam tantos outros 'eles'. Eles que foram, eles que chegaram, eles que vão chegar logo. Na verdade nos seus pensamentos ela estava dando aula para o coração agir de acordo com sua cabeça. Educando a se encaixarem de acordo com suas vontades. Ela sentia vontade de tudo o que era novidade. Ela percebeu que quando estava dando ênfase no passado esqueceu completamente o futuro, e todos aqueles que surgiram em seu caminho. Está certo que ela podia estar pensando nas provas, nas intrigas, mas ela escolhia pensar em garotos e suas possibilidades. É movida a isso, gosta de bons filmes entre moças e moços. Quer vivê-los e ela tem esse direito. Enquanto estava deitada olhando para o teto, cerrando os olhos conseguiu montar na sua cabeça fértil um encontro. Ele irá acontecer, mas ela e sua pressa precisavam pensar em como seria. Isso tudo é uma forma para ela se encontrar com suas expectativas. Tinha prometido não fazer planos, mais não fazê-los estava angustiando sua mente. Ela tinha o brilho do sol entrando pela janela, sentiu o vento que entrou sem pedir licença em seu quarto, ele queria avisar da sua promessa, e mais uma vez ela quebrava metas impostas. Nunca foi de respeitar qualquer objetivo na vida. Seus impulsos quando deseja algo no amor a deixam cega, esquece qualquer passado, presente ou futuro. Mentira... ela não esquece do futuro, afinal vive montando encontros na sua mente que nunca aconteceram. Com os olhos fechados ela vai pegando mais uma vez no sono, o teto branco desaparece entre suas imagens idealizadas. Ela esquece do real, voltando assim para o mundo favorito dela. De alguma forma a certeza é que agora ela vive. São tantos mundos para só agora abrir os olhos para o certo. Assim, é certo que de alguma forma ela sonha melhor.
Vai lá boba, manda mais uma mensagem, como se ele não tivesse recebido todas as últimas. Enche a caixa de entrada do celular dele, como se isso fosse fazê-lo sentir algo por você além de enjôo. Enjôo do teu exagero, enjôo de quem insiste em dançar sem música, sem ritmo, sem dança, sem pista, sem par, que tal se valorizar?
quarta-feira, 9 de maio de 2012
“E aí, você vai dizer pros teus amigos que já esqueceu. Vai declarar pra meio mundo que já não sente mais nada. E pra provar isso, vai deletar as SMS e o número do celular dele da sua agenda. Vai deletar a música de vocês do seu computador e vai evitar ouvir. Vai parar de escrever coisas pra ele. Não vai mais andar na rua tendo aquela ponta de esperança achando que vai encontrá-lo. Vai sorrir e não se importar quando falarem dele. Vai lembrar a todos, todos os dias que ele não te afeta mais. Não vai procurar, não vai ligar. Vai esquecer tudo o que vier dele; os textos, apelidos carinhosos, momentos, risadas, brigas. Vai deletar as fotos dele do seu celular. Vai parar de esperar alguma ligação ou SMS de madrugada. Não vai mais pensar nele antes de dormir ou ao acordar. Vai ser indiferente quando algum amigo dele perguntar se você sente falta. Não vai mais arrepiar ao ouvir a voz dele ou esperar ansiosa pra que ele diga que sentiu sua falta. Você vai desapegar. Vai parar de sentir, literalmente. Vai convencer a ele e a todos de que você já superou. E vai continuar assim, até que você consiga convencer a pessoa mais importante disso tudo.
Você.”
segunda-feira, 7 de maio de 2012
“Se você gostar de alguém, não saia falando aos sete ventos. Pessoas discretas geralmente, são mais atraentes. Simplicidade é algo que cativa, não tenha pressa, não de bandeira no primeiro contato com a pessoa, todo mundo gosta de desafios, seja você o desafio da pessoa e não apenas uma fácil opção.”
“Por favor, não me perca. Pro teu próprio bem. É. Por que… Quem, além de mim, vai fingir que acha suas piadas engraçadas e rir do que você fala? Que outra pessoa, se não eu, vai aguentar suas crises de existência e seus momentos de revolta contra o mundo sem nem reclamar? Alguém mais vai te amar, mesmo com sono e mau humor, como eu faço? Como eu sempre fiz? E aí, quem é que vai cuidar de você naqueles momentos que o mundo desaba na sua cabeça e você se sente usada e rejeitada por todo mundo? Sou eu.”
“Mas eu não quero que todos me conheçam. Não quero que todos ouçam meu grito, nem o meu silêncio. Minha dor é uma coisa particular, sabe? Meu choro é meu, meu e só meu. Não quero que ninguém me impeça de chorar. A minha dor é minha e só. As músicas que ouço são gravadas em discos arranhados e fitas sujas, mas são minhas e eu não espero que alguém goste. Meus remédios não tem receita e médico algum recomenda, mas eu também não espero que alguém os tome. O que guardo em meu mundo, não quero que alguém mexa. Meus tênis estão todos sujos e eu não tenho vontade de lavá-los. Todos os meus cigarros parecem quebrados, mas eu sei emendá-los e fazê-los soltar fumaça. Não venha reclamar das minhas coisas, se elas são minhas. Meu cabelo parece bagunçado demais, meus olhos parecem manchados, meu rosto está sempre com alguns machucados, minhas roupas são sem forma. E eu não me importo. Eu não me importo.”
domingo, 6 de maio de 2012
Eu tento, juro que tento, me esforço para me atrair por pessoas certinhas, mas não dá. Eu posso ver um cara lindo, de músculos e rosto bastante atraentes e consideravelmente normal e perder alguns segundos do meu tempo admirando-o, mas se eu ver um garoto de cara bem séria ou sorrindo demais, pronto, meu novo foco é ele. É impressionante e chega ser até bizarra essa minha preferência. Não sei se acontece com você, mas eu me atraio por homens misteriosos, e não aqueles que na primeira conversa já demonstram serem idiotas. Eu gosto daquele tipo de cara que surpreende, porque gente prevísivel é um saco. Gosto daquele tipo de cara que eu posso encará-lo enquanto ele está calado, e aí eu fico tentando imaginar o que se passa na mente dele. É meio frustrante isso, mas me atrai de um jeito até perigoso. Gente que pouco sorri, que ouve mais do que fala me atrai. Mas gente que mostra os dentes facilmente e fala demais me atrai também. É difícil definir um gosto exato. Mas sei lá, tenho por mim que esses dois tipos de pessoas se encaixam no meu modelo de "cara ideal", melhor dizendo, "doido ideal". [ Garota_Bipolar]
Ele pode estar olhando as suas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz, escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape! Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte. Ou não.
Assinar:
Postagens (Atom)