terça-feira, 17 de julho de 2012
“O primeiro olhar. O primeiro abismo. O primeiro amor…. Era mais do que desejo carnal. Era mais do que uma mera atração mortal. O cenário, as outras pessoas e o resto do mundo, simplesmente sumiam, como folhas secas em um dia de tornado. Só existia eu e você, ali, olhos incendiários em sintonia perfeita. Eram ditos livros em segundos com aqueles olhos que continham o infinito do negro céu. Olhos que possuíam-me até o ultimo pedaço de mim. Olhar aquele, que causaria estragos catastróficos em mim, e na minha vida de incertezas e estruturas fracas. Desde o início, naquele primeiro olhar, sabia que seria perigoso demais continuar fitando-a, dando continuidade aquele momento que abrigava décadas, séculos, ou até mesmo vidas passadas. Talvez nossos destinos já estivessem embaraçados antes mesmo de se tornar nó. Neguei-me ao que é certo, continuei olhando aquela linda garota, que mais parecia um anjo caído. Minha vontade, mesmo que insana, era correr em sua direção, e roubá-la pra mim. Carregá-la pro resto da eternidade. Cuidá-la com toda minha atenção. Abraçá-la com toda minha força. Amá-la com toda minha loucura. Só não podia deixar aquilo morrer. —Que não seja amor… que não seja!—, repetia incansavelmente pra mim mesmo. E mesmo que não fosse, pra mim já era. Devoramos-nos com olhares famintos. Ela fria, eu congelado, porém, contendo incêndios dentro de mim. Ela era indecifrável. Era um labirinto repleto de armadilhas, e pra ajudar, eu estava no escuro. Ou melhor, cego por um amor suicida.”
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